O que fazer quando você se apaixona?
Depois de 4 anos solteira, com uma ou outra paixão no caminho, eu me apaixonei de novo. Frio na barriga toda vez que a pessoa manda mensagem, nervosismo em ver ela, felicidade a cada segundo ao lado dela. De novo, uma montanha-russa de sentimentos.
Às vezes, a gente sente uma conexão tão forte com alguém, que acha que é amor. Às vezes é mesmo. Mas às vezes é só uma conexão física, questão de química. Às vezes é uma conexão de outra vida. E às vezes você só estava se sentindo extremamente sozinho e alguém te deu atenção.
Eu tenho só 21 anos, mas já senti tudo isso. Depois de quatro anos solteira, muita terapia, muitas reflexões, muitos aprendizados, eu descobri que a primeira vez que me apaixonei foi por puro ego.
Forte dizer isso, né? Claro que não foi apenas por ego; havia uma conexão física muito forte. Ele foi o primeiro cara que me deu atenção de fato, que me correspondeu. Ele me elogiava, me fazia sentir borboletas no estômago, e acendeu um fogo que eu nunca tinha sentido antes (pov: menina de 15 anos sente tesão pela primeira vez). Pra não dizer que ele não fazia nada demais, ele prestava atenção a alguns detalhes. Mas sinceramente? Era só isso.
E eu passei por tanta coisa só por isso... só porque ele me deu atenção algumas vezes, me deu carinho quando ninguém mais dava. Em compensação a esses poucos benefícios, ganhei muitos traumas, aceitei muito menos do que merecia, corri atrás dele sempre em busca daquela atenção que um dia ele me deu e não dava mais. Tudo por uma pessoa que eu criei na minha cabeça - porque a realidade se mostrou completamente diferente.
Por que eu tô contando tudo isso e o que isso tem a ver com o tema desse texto? Bom, como eu disse, eu me apaixonei de novo. É a segunda vez que eu me apaixono de verdade, e dessa vez, com toda a bagagem que eu trago, consegui refletir bastante sobre tudo isso.
E aí vem o tópico: o que fazer quando você se apaixona (ou acha que se apaixona)?
Primeiramente, para e pensa racionalmente. Isso é muito importante. E aqui tem coisas que você pode pensar sem ter se apaixonado também, porque quando acontecer você vai saber lidar muito melhor com isso.
Perguntas para refletir e escrever as respostas para não esquecer:
- O que eu busco em um relacionamento? O que eu quero em um relacionamento?
- O que eu busco numa pessoa com quem vou me relacionar? O que eu quero nessa pessoa?
(Buscar e querer são coisas diferentes!! O que você precisa e o que você quer? Às vezes o que você precisa pode ser algo inconsciente ainda.)
- Daqui x anos, como eu gostaria que minha vida amorosa estivesse? Quais são meus objetivos com a minha vida amorosa? Eu quero ter uma família?
- Como eu quero ser em um relacionamento? Quais são os meus valores? O que é inegociável pra mim?
E quando você conhecer a pessoa, se pergunte:
- O que eu admiro nela?
- Quais são os valores dela? Eles batem com os meus?
- O que eu amo nela? O que eu não gosto nela? Tem alguma coisa que eu odeie nela?
- Ela pode me dar o que eu procuro e o que eu quero?
- Quais os objetivos amorosos dela?
- Qual a relação dela com a família? E com os amigos? E com ex?
Perguntem-se: quais são as red flags de vocês?
E uma coisa que é muito importante ressaltar: vocês estão dispostos a lutar pela relação? Porque relacionamento é um trabalho diário de cuidado, respeito e carinho. Às vezes a pessoa fala que não tá pronta pra uma relação, e pode até ser que não esteja mesmo, isso vai depender de todo um contexto, mas de verdade o que importa mesmo é estar disposto. Se for esperar estar pronto pra alguma coisa você pode morrer esperando, ou você pode dar a cara a tapa e se pôr na disponibilidade do erro e tentar.
Como eu disse, depende da situação. Tem gente que se conhece quando um término foi muito recente, que não teve tempo de se conhecer como indivíduo para poder se amar para aí sim amar o outro. Você pode ainda estar muito traumatizado de um antigo relacionamento e precisa de terapia. E, ainda assim, em qualquer que seja a situação, você precisar estar disposto: disposto a procurar ajuda, a tentar evoluir, a sair da zona de conforto, a crescer, a se conhecer, a se amar, a aprender...
E além disso você precisa se permitir. Eu me apaixonei por vários motivos. E eu tive medo por muito tempo. Eu vivi tantos momentos desse processo na minha cabeça que acabei esquecendo de aproveitar ao máximo. Foi importante para que eu chegasse a muitas conclusões. Eu sei quem eu sou e o que eu quero agora, embora esteja sempre em movimento, sempre me descobrindo. E isso só me deu tranquilidade quando eu me apaixonei. Tinha tudo pra dar errado, pra eu quebrar a cara e o coração, mas mesmo assim eu me permiti sentir. Eu me permiti dizer em voz alta tudo que eu sentia. Eu tirei coragem de onde não tinha pra falar "eu te amo". E olha que eu tenho dificuldade em dizer isso.
Nem tudo acontece como a gente quer, mas acontece como tem que acontecer. Não era a hora de eu namorar agora, independente da minha vontade (afinal, um relacionamento não se faz sozinho). Mas eu tô em paz porque fiz tudo que eu pude, fui eu mesma e continuo sendo. Talvez não fosse o momento certo, talvez não fosse a pessoa certa. Isso só o tempo vai mostrar. O importante é se conhecer e se permitir.
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