A importância de limites

As pessoas vão te tratar da maneira que você deixar elas te tratarem. Você precisa saber quem você é, o que você quer, o que você gosta e não gosta, você precisa saber os seus limites. E você precisa saber impôr esses limites.

Não importa o quanto você goste da pessoa, não importa o quanto você queira agradar, não importa nem a posição dela em relação a você (funcionário x chefe, por exemplo), você vai ser tratado da maneira que você permitir ser tratado. Ao primeiro sinal de desconforto, fale. Ao primeiro sinal de agressividade, fale. Comunicação é a chave de tudo, mas de nada ela adianta sem a compreensão. 

Você precisa falar o que te incomoda, mas a pessoa precisa ouvir, entender e escolher não repetir. Em uma relação amorosa por exemplo, se você não seguir seus valores e ignorar seus próprios limites, a pessoa vai fazer o mesmo. Ela vai fazer tudo que ela quiser enquanto você deixar. Num trabalho, se o seu chefe pisar em cima de você, e você, ao invés de impôr respeito, pedir desculpas, ele vai continuar te inferiorizando e nunca vai te valorizar ou respeitar.

Às vezes é difícil decidir entre seguir seus impulsos e seguir seus princípios, principalmente quando eles diferem entre si. Imagina: você ama muito e quer muito ficar com alguém que não te valoriza, não te assume, não quer nada com você. Seu impulso diz: joga tudo pro alto, beija e faz o que der na telha. Seus princípios dizem: imponha seus limites, se afaste, se respeite. Você deve mostrar e dizer aos outros como eles devem te tratar.

É difícil e dá medo fazer isso. Se você fizer isso, você pode perder seu emprego, você pode acabar com seu relacionamento. Ou você pode subir de cargo e ser mais feliz. O importante é você impôr os seus limites e não deixar que ninguém ultrapasse-os, a consequência disso vai ser a melhor que tiver que ser. Se você for demitida, tá tudo bem; aquele ambiente não era o ideal para você fazer carreira, com certeza tem um lugar melhor, com uma oportunidade que vai te levar mais longe, e com pessoas que vão te respeitar e te valorizar. Se o seu relacionamento (seja qual for, amizade, namoro...) acabar, a lógica é a mesma. 

E se pergunte: eu realmente quero estar nessa posição? Eu realmente quero ser desrespeitada, desvalorizada? Eu realmente quero ser tratada assim? É isso que eu quero pra mim, pra minha vida, pro meu futuro? Esse é o melhor cargo / essa é a pessoa com quem eu quero me relacionar diariamente?

E você precisa deixar esses limites claros desde o início. Se você for relevando atitudes que te incomodam, a tendência é elas se repetirem cada vez mais. E outra coisa muito importante: se você não gostaria que fizessem algo para/com você, não faça para/com outra pessoa. Isso vale para o contrário também: se você gostaria que fizessem algo para/com você, faça para/com outra pessoa.

Às vezes vai ser muito doloroso impôr certos limites, às vezes você nem quer impô-los. A pessoa por sua vez também não quer, então ela também só se enrola cada vez mais. Por favor, não espere ela tomar a iniciativa. Se está te machucando, tome você a iniciativa. Se você precisar se afastar da pessoa, se afaste, bloqueie, tome seu tempo. Facilita muito o processo quando você sabe que você escolheu por você. Faça por você. Não espere que os outros o façam. 

No meu último relacionamento, meu ex terminou comigo várias vezes. Até quando eu queria terminar com ele, eu nunca tomava coragem para ter a iniciativa, o que tornava tudo muito mais complicado. Ele deve ter terminado comigo umas 5 vezes. Eu terminei com ele uma única vez. E foi nessa vez que eu impus todos os limites que eu deveria ter imposto desde o começo, foi nessa vez que eu finalmente falei tudo que precisava e tudo que ele deveria saber de como me tratar. E foi por minha escolha que essa foi a última vez. Foi muito difícil, mas depois que tudo se acalmou e eu consegui de fato enxergar por outra perspectiva os meus sentimentos, entendi que era isso que eu sempre tenho que fazer: impôr os meus limites.

Agora me deparo com a mesma situação: ignorei meus princípios em prol dos meus impulsos e tudo só foi piorando. Eu realmente não tinha coragem de ir embora e sofrer o que já sofri uma vez, ainda mais pela dimensão do que eu sentia. Mas eu precisava fazer por mim. Não podia e não queria esperar que fizessem por mim, isso só seria pior. Então, mesmo sem coragem, com o coração se despedaçando mais uma vez, eu fui. Eu bloqueei. 

Disso sempre se leva a lição: se conheça, saiba seus limites e não tenha vergonha de impô-los. Os limites servem para te ajudar, para você reconhecer e saber onde é o seu lugar. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Feliz 2025!

Um dia

O que fazer quando você se apaixona?